domingo, 5 de junho de 2011

"Nossa greve não vai deixar ninguém morrer", diz salva-vidas

Bombeiros trabalham sem uniforme nos postos de salvamento do Rio.
Voluntários estão atuando em apoio à greve e contra prisões de colegas.
Tahiane Stochero, do G1 RJ


Mesmo com a paralisação em protesto por melhores salários e contra a prisão de 439 bombeiros que invadiram o Quartel-General da corporação, os salva-vidas estão trabalhando neste domingo (5) nos postos à beira da orla de Copacabana, Ipanema e Leblon. O G1 percorreu todas as praias e conversou com os salva-vidas, que também são bombeiros. Eles estão trabalhando de forma descaracterizada (sem o uniforme da corporação) e como voluntários, "para não deixar o povo sem socorro".

"Estamos em greve, mas estamos aqui como voluntários, porque não vamos deixar ninguém morrer sem socorro porque não ganhamos bem", disse um cabo que está há 13 anos nos bombeiros e que estava de plantão na tarde deste domingo no posto 8 de Ipanema.

"Há muita ressaca e o vento e o mar estão fortes. Alguns turistas podem tentar entrar no mar. Estamos aqui para ajudar e avisar dos riscos. Mas toda nossa corporação está sofrendo muito com os colegas presos, vi muitos colegas chorando hoje nos quartéis. Os que estão trabalhando estão dando apoio para que o restante possa protestar na Assembleia Legislativa", acrescenta o cabo.

"Se alguém morrer nas águas do Rio, a gente perde a guerra e morre também a nossa luta", diz o bombeiro. "Os bombeiros e os salva-vidas não vão deixar nenhum inocente morrer porque lutamos por nossos colegas presos e por melhores condições de trabalho. (...) Do posto 1 ao 6, em Copacabana, deveríamos ter hoje uns 17 salva-vidas. Há alguns postos em que não há nenhum neste domingo, pois estamos em greve. Mas alguns, como eu, estão trabalhando porque sabemos que a população não pode ser prejudicada por isso", afirma.

No Leblon, onde a ressaca também estava forte, os salva-vidas relataram que houve alguns casos de afogamento, mas todas as vítimas foram salvas a tempo.Enquanto os colegas trabalham na orla, bombeiros grevistas se concentram nas escadarias da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em um novo protesto por melhores salários e por melhorias nas condições de trabalho no Corpo de Bombeiros.

Assim que o governador do Rio trata nossos heróis...

Essa foto, entre outras, foram publicadas no blog do companheiro Ricardo Gama.

É assim que o governador (?) Sérgio Cabral trata aqueles que são treinados e motivados para salvar as vidas de qualquer um.

Quem merece esse tratamento são aqueles que mentem e só pensam em humilhar quem age contra. Mas, esses certamente, dormem em suas mansões e hotéis luxuosos à nossas custas.

E ficam LIVRES para agir contra a democracia, a justiça e os interesses do povo.

Finalmente a OAB resolve fazer seu papel e defender a democracia e o estado de direito

OAB vai acompanhar situação dos 439 bombeiros presos no Rio

DA AGÊNCIA BRASIL, em 5/6/11

O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, avaliou hoje (5), em entrevista à Agência Brasil, que as reivindicações salariais dos manifestantes são justas e legítimas. "Eles estão com os salários absolutamente aviltados, prestam um bom serviço e são admirados e benquistos pela população".

Damous discordou, contudo, da forma como os bombeiros quiseram chamar a atenção das autoridades para suas reivindicações. "Isso não justifica a invasão do quartel. Nós achamos que, nesse aspecto, o movimento errou. Isso gera tensão, gera pânico na população. E não é assim que se faz reivindicação, no nosso ponto de vista".

É de opinião, contudo, que a negativa do governo do estado em negociar com os bombeiros acaba gerando "um quadro de radicalização, que ninguém quer". Wadih Damous disse ter recebido notícias de que os advogados dos presos tiveram dificuldades em falar com os seus clientes. Representantes da OAB entraram em contato com o comando da Polícia Militar para solucionar o problema.

Ele espera, entretanto, "que as partes desarmem os seus espíritos e sentem para negociar. Que o governo ouça as reivindicações salariais dessa categoria e, da parte dos grevistas, não haja radicalização e, sim, a vontade de negociar".

Nota do blog: Finalmente, a OAB - ou alguma entidade da sociedade civil - toma posição contra o governo, além de se posicionar contra o cerceamento das atividades de seus filiados. Deveria ter agido assim desde que esse desgoverno Cabral começou - talvez, muitas de suas arbritariedades não tivessem acontecido. A omissão da OAB no Rio, assim como de outras entidades, é o respaldo que leva a governantes omissos, irresponsávis e incompetentes a agirem cada vez mais dessa forma. Afinal, se sentem livres e não são incomodados por aqueles que deveriam, de alguma forma, fiscalizar seus atos.

Para Cabral, 125 vidas valem 1 passagem de ônibus...

Se uma vida pode ser salva em segundos, em 1 minuto que seja, vejam quanto um bombeiro do Rio ganha para isso. Todos os dias. A gente é claro não deseja o mal de ninguém, mas sr. Governador, é esse valor que tem a sua vida ou a de seus filhos?

sábado, 4 de junho de 2011

A população contra o governo e favor dos bombeiros!

Segundo enquete do Jornal Folha de São Paulo (até agora, 19h40), essa foi a resposta a pergunta "Você é favor das punições do Governador Cabral aos bombeiros?"

Sim - 14%
Não - 86%

Bombeiro detido denuncia maus tratos e afirma que manifestantes não estavam armados

De Fabiana Paiva, publicado no Extraonline, 4/06/11, às 15h28


Detidos no início da manhã deste sábado e levados para a Corregedoria da Polícia Militar, em são Gonçalo, os bombeiros que protestavam por melhores salários denunciam as condições precárias da prisão. Um dos cabos presos, que pediu para não ser identificado, afirmou que os 439 homens estão sem comer até agora, receberam pouca água e contam apenas com um banheiro. Ele defendeu ainda os manifestantes das acusações de que estariam armados.

- O que fizeram foi uma atrocidade. Não estávamos armados. Só queríamos ser ouvidos pelo governador e fazíamos uma manifestação pacífica em nossa segunda casa. O coronel pediu para que saíssemos ou algo pior poderia acontecer. Depois eles invadiram com bombas e tiros. Tinha criança vomitando por causa do gás. Mas em nenhum momento efetuamos disparos porque não temos armas - relatou o cabo.

Revoltado, ele contou ainda que os bombeiros estão sendo desrespeitados na prisão.

- Não somos ouvidos por ninguém. Não recebemos comida. Estão brincando conosco. Pediram para descermos dos ônibus e depois voltarmos, houve agressão e fomos esculachados. Nós salvamos vidas, mas estão querendo inventar que estávamos armados para nos enquadrarem em algum crime.

Informado que o governador Sergio Cabral chamou os manifestantes de "vândalos irresponsáveis", o cabo, que está há 14 anos na corporação, rebateu as críticas e continuou o desabafo:
- Somos vândalos e irresponsáveis que atuamos em todas as áreas. Bombeiro não só apaga fogo. Nós retiramos corpos da rua, atendemos acidentes de trânsito, recolhemos doentes mentais... Não recebemos nada a mais por isso - indignou-se ele, lembrando que a principal reinvindicação da categoria é o aumento salarial.

- Ganhamos R$ 950 e queremos um piso de R$ 2 mil. É difícil viver com esse salário. Estou há 14 anos trabalhando na escala um por um e tenho que fazer um bico para sustentar minha filha - lamentou cabo