terça-feira, 29 de maio de 2012

Brasil ao corrupto: "Você NÃO é nosso e nós NÃO somos teu (sic)""


Dois recentes flagrantes demonstram a que ponto chegou esse câncer da corrupção que corrói nosso país. Primeiro a tentativa do PT e seus aliados em blindar o governador Sérgio Cabral, simbolizada pela mensagem de texto do deputado Vacarezza. Agora, com a tentativa do ex-presidente Lula em constranger um ministro do STF em uma troca de favores: atrasar o julgamento do mensalão em compensação à blindagem do Ministro Gilmar Mendes na CPI do Cachoeira.

Patéticos e cômicos, se não fossem trágicos e marcantes na história política do país, os dois fatos demonstram que um dos efeitos mais perniciosos e daninhos que a corrupção pode gerar é a arrogância e o descaramento das pessoas em seus atos. Porém, esse atrevimento absurdo, tando do deputado Vacarezza e muito mais do ex-presidente Lula, só acontece quando nos deixamos levar por situações semelhantes que sequer foram julgadas ou, quando as foram, nunca levaram ninguém para o local que a justiça indica nesses casos. Corrupção ou chantagem gera o assalto aos cofres públicos ou pelo menos a vantagem indevida para alguém. A impunidade para esses crimes e o sucesso nas urnas desses envolvidos gera a sensação de que o "crime mais do que compensa" nesse país.

É inadmissível a mensagem de Vacarezza a Cabral. Mas o deputado continua normalmente na CPMI e ninguèm fala mais em sua saída (no mínimo) ou o interpela oficialmente sobre isso. Virou uma piada. No caso de Lula e Gilmar Mendes, com o aval de um ex-presidente da mais alta corte do Brasil, a situação beira o "fim do mundo", como dizem diversos experientes comentaristas políticos. Pedro do Coutto, com meio século de jornalismo político, hoje na Tribuna da Imprensa, chegou a comparar esse ato do ex-presidente ao atentado da Rua Toneleiros, a renúncia de Jânio, os atos institucionais da ditadura e a tantos outros que abalaram a República nos últimos 60 anos. Em qualquer país, Lula seria, no mínimo, chamado à responsabilidade e teria que ser investigado a respeito. Ou, até mesmo, preso. Seria exagero?

Ora, se um suspeito de algum crime é preso preventivamente, o respaldo legal é claro: essa pessoa pode e está comprovadente pressionando testemunhas ou agentes encarregados de julgá-lo posteriormente. É uma tentativa legítima de se evitar que o processo seja contaminado a favor de um dos lados, no caso o lado do réu. Lula fez isso, certamente. Mas cadê a coragem moral e política das autoridades ou órgãos do poder judiciário de incriminá-lo? Motivos estão aí. Principalmente, o maior motivo de todos: cortar pela raiz, com esse exemplo, a sensação cada vez maior que vivemos em um país onde "vale tudo". Como disse, o perplexo Ministro Gilmar Mendes, alvo da pressão de Lula, se o ex-presidente teve "a coragem" de fazer isso com o STF, imagina-se o que se faz com juízes de primeira instância.





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