terça-feira, 21 de setembro de 2010

Comandante da PM revela farsa das UPPs e Cabral se cala no debate...

Extraído do blog do jornalista Hélio Fernandes - http://www.tribunadaimprensa.com.br/?paged=2, publicado no domingo, dia 19/09/10

Comandante da PM confirma: “pacificação” das favelas é um acordo entre o governador e os traficantes, que podem “trabalhar” livremente, desde que não usem armas nem intimidem os moradores

Em dezembro do ano passado, (como o tempo voa) publiquei aqui no Blog um artigo mostrando que a política de PACIFICAÇÃO das favelas não passava de uma MANOBRA ELEITOREIRA do governador, que incluía um incrível e espantoso acordo entre as autoridades estaduais e os traficantes que atuavam (e continuam atuando) nessas comunidades carentes.

Agora, o próprio comandante da PM confirma tacitamente o acordo de Cabral com o tráfico. Confira este trecho da entrevista do Coronel Mario Sergio Duarte nas Páginas Amarelas da revista Veja, semana passada. O repórter faz a seguinte pergunta: “Mas os bandidos expulsos das favelas por essas unidades permanentes da polícia não continuam a atuar no crime, só que em outro endereço?”

E o comandante responde: “Isso é verdade. Tenho informações de que os líderes do tráfico estão fugindo para o Complexo do Alemão, QG da facção criminosa Comando Vermelho, onde seguem, sim, na criminalidade. Mesmo nas favelas em que a polícia está no comando, há traficantes na ativa. O QUE ACABOU FOI AQUELA HISTÓRIA DE BANDIDO DESFILANDO COM FUZIL E IMPONDO SUAS PRÓPRIAS LEIS, num sistema completamente à margem do estado. É só um começo, admito."
(...)

Nota do moderador: Peregrino, no debate da Record (ontem), questionou Cabral se ele falou a verdade quando disse que "90% dos bandidos abandonaram a criminalidade por causa das UPPs", ou foi seu comandante da PM que estava certo quando deu essa entrevista à Revista Veja. Como sempre, o desgovernador não respondeu...

2 comentários:

  1. acho que vc pode ter interpretado mal oque ele quiz dizer

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  2. A sensação é ótima para quem como eu mora na rua Conde de Irajá em Botafogo. De meu apartamento raramente ouvia tiros no morro Dona Marta, mas é claro que em casa de amigos, num restaurante ou num bar mais próximos era aterrador. Eu, com ajuda de amigos que conheciam mais, já sabia diferenciar tiros de pistola, fuzil, metralhadora, etc, os de fuzil dava para saber até se eram de 7.62, normalmente FALs ou AKs ou os menores 5.56 como o M16 e o AR15, enfim o lugar é lindo, próximo a Lagoa, mas de vez em quando havia este tipo de stress.

    Obviamente o stress era muito maior para os moradores da própria comunidade que era refém do tráfico e da polícia, é claro que o tráfico amedontra muito mais do que a polícia. Você já viu pessoas de comunidades pobres fechando ruas para protestar quando a polícia mata um inocente, mas nunca viu o mesmo acontecer quando o tráfico mata alguém na comunidade, não dão um pio, o tráfico é pior do que a polícia.

    Agora com a UPP está uma tranquilidade, os imóveis próximos se valorizaram, os aluguéis aumentaram e dá para andar no meu bairro com um pouco mais de sossego, é claro que ainda existem assaltos, mas a guerra de fuzis não existe mais, ficou bom. O tráfico ainda está por ali, escuta-se muito isso nos bares da região, mas agora é escondido e mais arriscado.

    São 14 ou 16 comunidades que receberam as UPPs não lembro do número correto agora. Existem outras 600 que ainda estão esperando a “salvação”. Madureira por exemplo, quem mora perto do morro do Cajueiro ou da Serrinha já tinha que conviver com a guerra de fuzis é obrigado agora a conviver com os zumbis do crack, nunca vi ninguém fumando esta porcaria, sou do tempo em que só havia maconha e cocaína nos morros, o crack e estas merdas sintéticas que os ricos usam eu só conheço de ouvir falar.

    Quando a tão falada “pacificação” vai chegar a estes outros 600 locais que não aparecem na TV, que não viram notícia quando alguém morre? Você sabe como se faz para chegar em Parada de Lucas? Nem eu. Estes lugares onde moram pessoas como eu e você estão completamente abandonados pelo governo do estado e o tráfico e as milícias tomam conta de tudo. Como vai ser possível pacificar todas elas? Quando vai acontecer? Por que primeiro no meu bairro de bacanas?

    A UPP como modelo é excelente por sua obviedade: todos os lugares da cidade devem ser policiados. O problema é que o crime está de tal forma espalhado que precisaríamos de um efetivo de pelo menos 500 mil homens na polícia para tomar conta de tudo isso.

    Considero que o caminho deveria ser de cima para baixo com uma ampla faxina na polícia, melhor patrulhamento nas fronteiras especialmente Paraguai, Bolívia e Colombia e melhor patrulhamento também nas entradas do estado do Rio e isto para falar apenas da parte de segurança.

    Ainda de cima para baixo devemos diminuir a corrupção do governo do estado a níveis aceitáveis para que recursos dos nossos impostos sejam usados em saúde e educação nas áreas mais carentes da cidade. O governo deve incentivar também a criação de micro-empresas, facilitando pricipalmente a carga tributária e a burocracia. Desta forma não estaríamos usando a polícia como inseticida social, toda a sociedade estaria trabalhando para que tudo fosse melhor para toda a cidade e não apenas no meu pequeno paraíso entre a Conde de Irajá e a comida mexicana na Cobal do Humaitá.

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