quinta-feira, 9 de junho de 2011

A estratégia do Cabral no uso do marketing e das imagens

O que vocês assistiram e leram nos posts anteriores, parece ser a "armação", o plano maquiavélico de Cabral contra os bombeiros. Se tudo acontecesse do jeito que ele pensou, sua reação na entrevista teria um maior respaldo e não uma oposição quase total.

Parecia que ele estava com o discurso raivoso pronto para enfrentar apenas a hipótese do plano dar certo. Não havia um plano B. Por isso, ficou extemamente exagerado e fora da realidade o que ele falou e fez a respeito.

Cabral usa os truques de imagem, criando, para a imprensa e opinião pública, fatos que não tem nada a ver com a realidade. Isso funciona quando a mídia está toda dominada. Mas creio que 3 fatos foram determinantes para o fracasso de seu plano nesse caso dos bombeiros.

Primeiro, a participação das mulheres e crianças e o caráter pacífico da manifestação. As imagens e textos fortes de mulheres e crianças, com uma mãe perdendo seu filho por causa do tumulto, crianças sendo entrevistadas chorando por causa das bombas deixaram para trás os possíveis danos ao patrimônio.

Segundo, a forte campanha pelas redes sociais e internet influenciada pela admiração que a população tem pela entidade Bombeiros, cultivando a imagem de heróis, multiplicou como nunca os fatos contra o governo: excesso da PM, PM x mulheres e crianças, falta de consideração do governo para com eles.

Terceiro, o foco inteligente no número R$ 950 como salário, associando-o espontaneamente com algo indigno para os heróis que salvam vidas e não conseguem sustentar suas próprias.
 
Foi por isso que Cabral, em sua entrevista, focou na manipulação em 4 aspectos:
1. o salário, sobre o qual mentiu descaradamente;
2. a depredação do QG pelos bombeiros e a violência dos manifestantes, omitindo que foram disparados tiros e bombas (letais) pelos policiais - inclusive apontando do telhado em direção aos manifestantes, enquanto os bombeiros tiveram que derrubar um portão;
3. a presença de mulheres e crianças, fato que chamou de covardia, esquecendo de dizer que elas foram por vontade própria naturalmente e que mesmo sabendo disso ele mandou invadir o quartel, isto sim uma covardia;
4.  o uso das redes sociais e internet, que está permitindo, segundo ele, que os bombeiros sejam manipulados por intereesses ocultos e políticos.

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